
Quem já assistiu ao filme “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, provavelmente sentiu o peso da jornada emocional do protagonista, que busca entender a si mesmo e encontrar um propósito após uma reviravolta na vida. A história pode até parecer complexa, mas se olharmos de perto, podemos perceber como ela conversa com vários conceitos da psicologia de uma maneira super acessível.
Autoconhecimento: O Desafio de Ser Quem Somos
O filme conta a história de um homem que, após uma série de acontecimentos dramáticos, tenta se reconectar com seu próprio ser, lidando com conflitos internos, traumas e a sensação de desconexão. Esse processo de autoconhecimento é central na psicologia, especialmente nas terapias humanistas, como a de Carl Rogers, que acredita que a busca pelo “eu real” é essencial para a saúde mental. Quando nos afastamos da nossa verdadeira essência ou tentamos viver de acordo com expectativas externas, ficamos perdidos — e é exatamente isso que vemos no protagonista.
Você já se sentiu perdido, como se estivesse seguindo um caminho sem realmente saber por que? Isso é algo muito comum, e o filme nos mostra o quão doloroso e confuso isso pode ser. A psicologia nos ensina que, para nos encontrarmos, precisamos estar em contato com nossos sentimentos e com a nossa verdade, sem máscaras.
O Trauma e a Recuperação: O Impacto das Perdas
Em “Ainda Estou Aqui”, o protagonista não só enfrenta suas dúvidas, mas também lida com as cicatrizes de um trauma profundo. E quem já passou por alguma perda ou experiência dolorosa sabe que o impacto disso na nossa psique é grande. A psicologia cognitiva, por exemplo, fala muito sobre como os eventos traumáticos moldam nossa forma de ver o mundo e de reagir a ele.
Mas o filme também nos oferece uma mensagem de esperança: a recuperação não é um processo rápido, e cada pessoa tem seu próprio tempo para lidar com a dor. Para quem estuda psicologia, isso está muito relacionado com o conceito de resiliência — a capacidade de se recuperar e crescer a partir das adversidades.
Busca pela Identidade: Quem Sou Eu?
No coração do filme, há uma pergunta que muitas vezes nos fazemos: “Quem sou eu?” Esse é o grande tema da psicologia da identidade. De acordo com Erik Erikson, o desenvolvimento da identidade é uma parte fundamental da nossa jornada psicológica. Durante diferentes fases da vida, enfrentamos desafios que nos fazem questionar quem somos e qual o nosso papel no mundo.
A busca pela identidade no filme reflete exatamente esse processo de evolução interna. O protagonista, ao se questionar sobre seu lugar no mundo, está atravessando uma fase crítica que muitos de nós enfrentamos em algum momento da vida. A psicologia nos ajuda a entender que, mesmo nas dúvidas e incertezas, estamos constantemente em construção. E, como nos ensina a teoria de Erikson, esses momentos de crise podem ser o ponto de virada para o crescimento pessoal.
Conclusão: O Filme como Espelho da Vida Psicológica
No final das contas, “Ainda Estou Aqui” não é só sobre um homem tentando entender a si mesmo. Ele é um reflexo das nossas próprias jornadas emocionais, com altos e baixos, com momentos de confusão, mas também de autodescoberta. A psicologia, de uma forma acessível, nos ensina que todos nós passamos por processos de mudança, por desafios emocionais e pela busca constante por um equilíbrio interno.
A mensagem do filme é clara: a jornada pode ser difícil, mas é através dela que encontramos a nossa verdadeira essência. O que o protagonista nos mostra é que, independentemente do que passamos, sempre podemos nos reconectar conosco mesmos. E, como a psicologia sugere, o autoconhecimento e a aceitação de nossos sentimentos são o caminho para a cura e o bem-estar.

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